Jesualdo Cavalcanti Barros nasceu na Fazenda Malhada, povoado Caxingó da zona rural de Corrente, cidadezinha então isolada no extremo sul do Piauí. Seus primeiros horizontes foram as serras que formam os vales dos rios Paraim e Corrente. Filho de Sebastião e Iracema Cavalcanti Barros, integrava uma prole de 16 filhos, dos quais 15 chegaram na idade adulta.
Iniciou seus estudos em Corrente e depois Goiânia, onde fez o curso ginasial. O ensino médio cursou no Liceu Piauiense, em Teresina. Participou ativamente da política estudantil dos anos 1950 e 1960, quando presidiu por duas vezes o grêmio estudantil e a União Piauiense dos Estudantes Secundários, bem como a vice-presidência da União Brasileira dos Estudantes Secundários. Na mesma época, presidiu o Centro de Estudos da Mocidade Idealista do Piauí, que reunia jovens de sua geração em torno da discussão dos problemas do Piauí e do Brasil. Em 1962 foi eleito vereador de Teresina, como representante do movimento estudantil. Foi cassado em 1964 pelo movimento militar.


Bacharel em direito pela Universidade Federal de Direito do Piauí (UFPI) e especialista em direito administrativo, atuou como advogado, fundou e dirigiu um escritório de consultoria de administração municipal (1967/1979), com intensa atividade, e integrou a diretoria da OAB/PI.
Em 1970 casou-se com Socorro, e chegaram os filhos: Jesualdo Filho (1972) e Juliana (1973). Em 1978 a Marina. Os netos completaram a plenitude da vida familiar: Alice, Mariana, Luiza, Laura, Matheus, Beatriz e Augusto.
Foi Secretário de Cultura, Desportos e Turismo do Estado (1983/1986), marcando sua gestão por grandes eventos, realizações e obras em vários municípios do Piauí.
Com a abertura política, foi eleito deputado estadual por dois mandatos e depois deputado federal constituinte (1987/1990) quando atuou intensamente na defesa do Piauí, em particular da região sul do Estado. Voltando a ser eleito deputado estadual, exerceu a presidência da Assembleia Legislativa de 1991 a 1992, quando implantou uma eficiente política de modernização administrativa no Poder.
Em 1994 foi indicado conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Piauí e, no mesmo ano, foi escolhido presidente da casa. Modernizou a administração e, graça ao apoio e à colaboração decisiva dos demais conselheiros, o TCE, atingiu um impensável nível de autoestima e de consideração pública. Depois da construção da nova sede e de deixar o segundo mandato como presidente, aposentou-se em 2002. Afastado de funções públicas, desenvolveu intensa atividade de pesquisa histórica, utilizando principalmente o acervo do Arquivo Público, tendo como foco o Piauí. Escreveu livros, ensaios e artigos, e defendeu com veemência a criação do Estado do Gurgueia, sonho que acalentou a vida toda e pelo qual lutou em todos os momentos.


Como historiador e pesquisador, defendeu uma nova tese: a colonização do Piauí chegou pelo sul, tendo como ponto de partida o município de Parnaguá, que guarda os primórdios da civilização do boi.
Em 2010 foi eleito membro da Academia Piauiense de Letras, quando pôde usufruir de agradável convivência com os intelectuais do Piauí, motivo de grande regozijo.
Nunca perdeu seus vínculos com o povo de Corrente, se mantendo atento às suas necessidades e sonhos. Em 2012, com 72 anos, foi candidato a prefeito de sua terra e, após memorável e emocionante campanha, foi eleito prefeito. Cuidou de recuperar a administração municipal combalida, com especial ênfase à Educação e a Saúde. Deixou exemplo, obras e uma nova esperança de futuro.
Faleceu em Teresina, em 22 de fevereiro de 2019, cercado do amor da família, a consideração e o respeito dos amigos e de todos que o conheciam. Cumpriu sua missão!